Parabase
PARÁBASE
sacerdote sem templo
pregando para as nuvens
num francês hierático
decifra o vazio
recifra o desperdício
das palavras
buquê de flores abolidas
osíris sem ísis
refaz-se
dos destroços de si
(de si, espelho
partido em pedaços)
novelo enrolado
para dentro aranha
funâmbula funesta
hamlet príncipe do acaso
jogando os dados
do pensamento
nu expõe-se
nas livrarias
travestido de si
autopsicografa-se
até mesmo
ao espremer espinhas
Adalberto Mueller
1 Comments:
oi, adalberto.
bem legal o poema.
voltarei sempre.
abrações
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