Tuesday, April 10, 2007

Parabase

PARÁBASE


sacerdote sem templo
pregando para as nuvens
num francês hierático

decifra o vazio
recifra o desperdício
das palavras
buquê de flores abolidas

osíris sem ísis
refaz-se
dos destroços de si
(de si, espelho
partido em pedaços)

novelo enrolado
para dentro aranha
funâmbula funesta
hamlet príncipe do acaso
jogando os dados
do pensamento

nu expõe-se
nas livrarias
travestido de si
autopsicografa-se
até mesmo
ao espremer espinhas



Adalberto Mueller

1 Comments:

At 1:45 PM, Anonymous Anonymous said...

oi, adalberto.
bem legal o poema.
voltarei sempre.
abrações

 

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