Monday, January 14, 2008

ANTIDEPRESSIVO

Itapema, 2007 (A. Müler)

O livro Tarde, de Paulo Henriques Britto, é um primor. Paulo Henriques prova que a poesia é não só possível hoje, mas necessária. E não apenas para os poetas. O poema abaixo (inspirado num célebre poema de João Cabral sobre a aspirina), é um exemplo do estilo cortante e revelador de Paulo Henriques Britto.

PARA UM MONUMENTO AO ANTIDEPRESSIVO




Um pequeno sol de bolso
que não propriamente ilumina
mas durante seu percurso
dissipa a neblina



que impede o outro sol, importátil,
de revelar sem distorção
dura, doída, suportável,
a humana condição.



(Paulo Henriques Britto, Tarde, Cia das Letras, 2007)

2 Comments:

At 6:28 PM, Blogger Gabriel Rachwal said...

Necessária... por quê?

gdoriarachwal@gmail.com

 
At 7:24 AM, Blogger Sara said...

Eu amo poesia, especialmente em um momento em que eu estou um pouco triste. Quando estou triste, eu costumava ir ao meu shopping. Eu gosto de comprar livros, algum perfume sedutor ou simplesmente dar um passeio.

 

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