Friday, July 25, 2008

RILKE AGAIN

O CARROSSELLyon, 2006.

Apenas um teto e sua sombra, e gira
A tropa, ainda um instante, na praça,
de cavalos coloridos, todos da raça
Que um tempo hesita, e logo se retira.
Apesar de estarem atrelados ao tranco
Do carro, trazem, na cara, a coragem;
um malvado leão ruivo faz visagem
E, de quando em quando, um elefante branco.

Tal como nos campos, vê-se um gamo,
só que este leva uma sela, e uma menina
de vestido azul esporando-lhe as ancas.

E também ao leão um menino se agarra,
E e o cavalga, com as mãozinhas brancas,
Enquanto o leão mostra o dente e a garra.

E, de quando em quando, um elefante branco.
...

Rainer Maria Rilke
Tradução: Adalberto Müller